quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Emagrecer, e daí? (Reconstruindo a si mesmo)

Fonte: Google

São tantos os aspectos que influenciam a decisão de se submeter a Cirurgia Bariátrica e, esta influenciará tanto a vida dos que a ela se submetem, que achei interessante comentar um pouco. Compartilhando a opinião da Professora Adriane Pichetto trataremos ainda da questão importantíssima da avaliação psicológica. 
A obesidade é uma doença crônica que traz consigo várias co-morbidades que reduzem a expectativa de vida de seus portadores. Acontece quando a energia ingerida é maior que a consumida. Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), em 2015 a obesidade será a 10ªdoença em número de óbitos.
Sendo uma doença multifatorial, poderíamos pensar na influência de fatores genéticos, ambientais, culturais e psicológicos. Aqui gostaria de me ater aos três últimos fatores.
Os fatores ambientais englobam as questões referentes a um ambiente obesígeno. Vivemos uma época em que se come pior e em maior quantidade. Pesquisas informam que  “no Rio de Janeiro, o consumo de arroz e feijão reduziu-se em 30% e houve um aumento de 268% no consumo de refrigerantes”. E ainda, “uma criança norte-americana assiste em média a 10 mil anúncios de alimentos na televisão a cada ano, sendo 90% deles sobre “fast food”, sucrilhos, refrigerantes ou balas”. Somado a isto, o que vemos são pessoas cada vez mais sedentárias, confortáveis no estilo de vida moderno que envolve automóvel, celular, controle remoto, televisão, entre outras mordomias.
Somadas às questões do ambiente existem as questões culturais. Não é novidade para ninguém que o corpo ideal considerado hoje é o magro. O corpo magro remete à imagem de poder, autonomia e sucesso (Adriane Picchetto).  Estar feliz hoje não remete somente a estar sentimentalmente repleto. Não estar dentro do padrão de magreza muitas vezes provoca sentimentos de inadequação, vergonha, baixa auto-estima e para corresponder a este padrão as pessoas se submetem a processos de reconstrução. Reconstrução de si mesmos. As novas tecnologias prometem perfeição, são inúmeras as possibilidades para se mudar o que não se gosta.
Os fatores psicológicos envolvidos na questão da obesidade e na decisão pela cirurgia bariátrica são inúmeros e devem ser muito bem trabalhados. A obesidade, assim como já foi colocado, gera constrangimentos e sentimento de inadequação social. Muitos possuem dificuldades para andar, passar em roletas de ônibus, comprar roupa, sofrem bullying, entre outros. Há, muitas vezes, a discriminação social e dificuldades na vida profissional.
Uma questão marcante em termos psicológicos da cirurgia bariátrica é a imagem corporal. A forma como os outros nos vêem e como nós nos vemos tem grande importância e impacto em nossa vida. Segundo pesquisas, 100% dos pacientes submetidos a gastroplastia referem satisfação com o novo corpo. Entretanto, a cirurgia implica em uma reestruturação da imagem corporal do sujeito em pouco tempo. Em alguns casos há a perda de cabelo, memória e energia. A cirurgia pode gerar intolerância a carne, pão, arroz, entre outros. Será que as pessoas estão preparadas para todas essas mudanças?
Por isso a avaliação psicológica é de fundamental importância para se investigar os recursos pessoais disponíveis para lidar com as inúmeras mudanças resultantes da cirurgia. Ou seja, rapidez e radicalidade da mudança, reorganização da vida pessoal, imposição de novos hábitos alimentares e frustração por não conseguir ingerir certos alimentos e claro, mudança da imagem corporal.
É preciso ter bem claro que as necessidades pós-cirurgia serão outras e a adesão e disciplina com relação ao tratamento serão fundamentais. Se você, ou algum conhecido, está pensando em se submeter a este procedimento procure pesquisar sobre os prós e contras da cirurgia e tirar todas as eventuais dúvidas sobre o procedimento com o seu médico.


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Transformando sofrimento em crescimento!

Fonte: Google

Será possível transformar o sofrimento que uma doença terminal provoca em algo positivo? Como sair fortalecido após uma catástrofe natural? É possível que a dor seja uma oportunidade de crescimento? Sim, é possível e a isso damos o nome de resiliência.
Resiliência é um termo emprestado da física e que remete a “propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após serem submetidos a uma deformação elástica”. Na psicologia este termo foi adaptado para designar a capacidade que os seres humanos possuem de ressurgir diante das adversidades. Capacidade de sofrer com o impacto causado pela dificuldade e, então, superar o sofrimento e o fator que o causava. Para resumir, cito Mahfoud e Silveira (2008, p. 03) que definem a resiliência como “a capacidade de transformar uma situação de dor em possibilidade de crescimento, ou a “capacidade humana para enfrentar, sobrepor-se e ser fortalecido ou transformado por experiências de adversidade”.
As diferentes fases de nossas vidas trazem possibilidades de eventos negativos. Entretanto, temos alguns fatores ou mecanismos de defesa que nos permitem diminuir as circunstâncias desfavoráveis. Por exemplo, adaptabilidade, enfrentamento efetivo, resistência a destruição, condutas vitais positivas, entre outras. Mas, entre os fatores protetores, o mais importante é o relacionamento de apego seguro entre o sujeito e uma pessoa significativa. É o suporte e a presença motivadora que esta pessoa fornece ao sujeito.
Todo ser humano busca um sentido para a sua vida; esta é a sua principal força motivadora. O sentido pode ser circunstancial, referente ao momento presente/uma situação que se esteja vivendo ou corresponde aquilo que se considera a sua missão de vida. As pessoas são chamadas a viver o sentido de suas vidas em cada situação que ocorre, respondendo com aquilo que mais tem sentido naquela situação.
O sofrimento faz parte da vida, mas as dores que podem ser evitadas devem ser evitadas. Porém, em momentos de sofrimento inevitável o que se pede da pessoa é que SUPORTE a incapacidade de compreender o por que daquilo; porque a vida possui um sentido incondicional que independe das circunstâncias.
A vida possui sentido em cada momento e em sua plenitude. Para vivenciar estes momentos de dificuldades podemos nos utilizar de alguns recursos. Por exemplo:

(1)  Autodistanciamento: que é a característica especificamente humana de distanciar-se de si mesmo. Um meio para que isto ocorra é o humor. De acordo com Frankl (citado por Mahfoud e Silveira, 2008), o humor permite rir ou sorrir apesar da tragédia. Quando o sujeito ri, ele se distancia do problema, coloca-se acima da situação para que seja possível dominá-la; e
(2)  Autotranscendência: o ser humano, como já dito em outros posts, é abertura para o mundo, é relação e por isso se volta para algo ou alguém diferente de si mesmo. De acordo com Frankl, “Ser humano significa ordenar-se em direção a algo ou a alguém: entregar-se a uma obra a que se dedica, a uma pessoa que ama, ou a Deus, a quem serve”. A pessoa se auto-realiza quando esquece de si mesmo e se dedica a algum trabalho ou pessoa.

A principal força motivadora de uma pessoa é a busca pelo sentido de vida. De acordo com Cyrulnik, citado por Mahfoud e Silveira (2008), “uma parte da pessoa, sofrendo um revés, produz necrose (degenera), enquanto outra parte “reúne, com a energia do desespero, tudo o que pode continuar dando um pouco de felicidade e de sentido à vida”. A busca pelo sentido é a motivação para construir resiliência.
O fato de ter alguém para amar e ser amado, por exemplo, pode ser um motivador para superar momentos difíceis. A fé é outro ponto motivador, permite a pessoa se sentir aceita incondicionalmente. O trabalho que se pretende realizar também pode fazer com que a pessoa supere condições adversas, como é o caso do próprio Frankl (autor aqui citado) que sobreviveu a quatro campos de concentração nazistas.
O ser humano é livre para realizar um sentido e escolher o que vai fazer de sua vida. Esta liberdade está presente em todos os momentos. Dessa forma, construir resiliência é algo que se faz a cada escolha que tomamos. Cada momento bem vivido é, então, algo experenciado de forma positiva e que não pode ser mudado. Mas, vai além disso. É força para viver cada dia melhor e suportar as adversidades.
O importante é encontrar aquilo pelo qual valha a pena viver, algo que nos motive a acordar todas as manhãs e encarar o novo dia e seus desafios.
Para todos nós o sofrimento chega em algum momento, por vezes mais intenso, por vezes mais brando. Para alguns em maior quantidade, para outros em menor quantidade. Precisamos aprender a resistir, ou ainda melhor, aprender a ser flexível. “Dobrar-se sem romper, aprender com a adversidade, dar a volta por cima, superar os traumas e dificuldades, encontrar alternativas. Crescer, renovar-se, reconstruir-se diante da dor. Encontrar recursos” (Mahfoud e Silveira, 2008). Por mais que a presença de pessoas importantes em nossa vida seja uma grande inspiração e suporte para vencer adversidades, mesmo quando não há este amparo, ter um sentido de vida é suficiente para vencer.
Para vencer é preciso ter criatividade, ser capaz de aprender, de superar e crescer. 
A vida é mais do que dificuldades.






quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A disputa pelo poder nos relacionamentos


Fonte: Google

Vivenciamos um tempo de tecnologias cada vez mais avançadas, de barreiras e distâncias que se dissolvem com apenas um clique, um telefonema ou um e-mail. Tudo hoje é muito mais rápido e prático. Tudo é “pra já”, tudo é pra ontem. Os meios técnicos de comunicação e transporte diminuem cada dia mais a distância física entre as pessoas. Se algo acontece com algum conhecido nosso que está do outro lado do mundo, em pouco tempo nós já estamos sabendo e imediatamente podemos entrar em contato para obter mais notícias.
Entretanto, o que se observa não é uma aproximação proporcional com relação a afetividade. O que se observa são pessoas cada vez mais voltadas para si mesmas, seguindo o discurso vigente de que os seres humanos são individualidades, interioridade em contraposição ao externo; como que separados dos demais sujeitos. Contudo, o modo de ser mais próprio do ser humano é ser-no-mundo-com-o-outro. O homem não é encerrado em si mesmo, é sempre relacional. É correto afirmar que cada um de nós existe à sua maneira, mas não existe apenas para si mesmo. É nesta relação com os outros que as coisas acontecem, que nos abrimos para as possibilidades.
Mas, quando passamos a acreditar que o homem se basta, que ele é tudo, acabamos por nos afastar existencialmente dos outros. O afastamento ou proximidade existencial então, como diriam os autores Mattar, Rodrigues e Sá (2006) não tem relação com a questão espacial; isso é uma redução. E esta redução nos faz sentir acompanhados apenas quando há a presença física do outro.
O homem procura no outro então, algo para minorar sua solidão. Muitos relacionamentos são estabelecidos como meio para satisfação de necessidades ou como uma forma de segurança. Mas isso ainda é afastamento.
Poderíamos dizer que existem duas concepções de relacionamento: (1) O desejado: tido como o grande bem e uma meta de felicidade e (2) O repudiado: visto como fórmula de sofrimento. Esta segunda concepção traz consigo a insegurança e o medo de se envolver. Desta forma, as pessoas buscam assumir o controle da relação, garantindo a permanência do outro ou então trocam de parceiro antes que haja o envolvimento. Ter o outro seria como uma forma de estar protegido e não tê-lo é sentido como vazio, aperto no peito e angústia.
Ainda sobre a percepção de tempo e espaço, lembro de uma fala em um Congresso em que a Psicóloga Maria Bruns dizia que antigamente, ao enviar uma carta, o sujeito escrevia ao seu amado (a) os sentimentos que possuía. Entretanto, esta carta demorava a chegar ao seu destino e a retornar com a resposta. E durante todo o período o sentimento deveria perdurar. Nestes tempos, havia uniformidade, continuidade. Nos dias de hoje, a percepção é diferente. Hoje não se sabe se o sentimento é o mesmo da noite para o dia. É preciso confirmar a todo momento os sentimentos. Antigamente esperava-se o carteiro, o navio, etc. hoje a mensagem chega em qualquer lugar e a qualquer hora. Hoje em dia as pessoas têm pressa; não possuem tempo para investir nas relações que estabelecem.
Qual seria o pano de fundo para este tema tão presente nas clínicas de psicologia? O medo da solidão.
Tendo o amor romântico como concretização da satisfação pessoal, a solidão é vivida como sofrimento. Disponibilizo-me do outro para não ter que vivenciá-la; uso o outro como um escudo. Mas este tipo de relacionamento tende ao fracasso, pois ao invés de me importar com o outro, eu o uso como escudo.  Preferimos nos desviar daquilo que não nos é comum, ou daquilo a que não estamos acostumados, para nos agarrar às interpretações já dadas e impessoais. Não nos abrimos a novas possibilidades. Acreditamos precisar de controle, de certezas e de segurança. Nestes modelos de relação o que predomina é a dependência e dominação, encobertas, segundo os autores Mattar, Rodrigues e Sá (2006) por discursos de valorização de afetos e necessidades de amor; “não posso ficar sem”.  O que de fato ocorre é que se prefere ficar com, porque ficar sem é doloroso.
Para aplacar a solidão e obter segurança costumam haver duas possibilidades: (1) apego ao outro que se busca controlar ou (2) repúdio a qualquer comprometimento - troca de parceiro antes que isso aconteça.
Apesar da concepção de que solidão é vazio, na realidade não há esta possibilidade. Somos seres-com-os-outros por natureza. A solidão existencial se configura então como um afastamento que possibilita o encontro consigo mesmo e com os seus próprios projetos. Desta forma, a solidão é suportável. O nada, o vazio me chama a possibilidades de vir-a-ser, mas é um vir-a-ser-com-o-outro.
Tendemos a fugir da solidão usando os recursos que possuímos, pois ela nos mostra as nossas fragilidades, nossa finitude, nosso ser para a morte. Mas pagamos um preço alto por isso, pois temos que nos esquivar daquilo que nos é mais próprio. Assim, o vazio não é algo que deve ser resolvido pela conquista de relacionamentos seguros. Pois, é neste momento de silêncio que somos capazes de escutar nossas demandas e questionamentos mais próprios e singulares.
Muitas vezes, quando não se suporta a solidão em que se vive, busca-se a psicoterapia pedindo que o psicólogo trabalhe aquelas características que o sujeito acredita lhe impedir de manter relações estáveis. Entretanto, nosso papel não é ajustar pessoas de acordo com os padrões vigentes para que desta forma consiga encontrar o parceiro amoroso. A clínica será um espaço para o sujeito refletir, não só de acordo com a forma predominante de compreensão do real, mas será um espaço para se pensar em diferentes direções. A clínica é um espaço para abertura de novos modos de pensar, para se dar conta de coisas que o sujeito não conseguia antes, espaço para desvelar desejos e sonhos. É abertura para a possibilidade de liberdade, liberdade de se abrir ao que se apresenta.
O psicólogo é um facilitador, que possibilitará que as experiências do sujeito venham à tona, articuladas com o seu contexto histórico. Nesta abertura, o sujeito poderá se dar conta, por exemplo, que ele buscava um parceiro amoroso, como uma forma de demonstrar sucesso, mas que isso na realidade não corresponde às suas necessidades de sentido. Outras pessoas poderão aprender a lidar com a solidão e até mesmo valorizá-la.
O objetivo é permitir novas possibilidades de ser no mundo. Procurar conhecer aquilo que realmente nos faz feliz.

Como estão as nossas relações hoje?! 

terça-feira, 5 de julho de 2011

"Mudanças, por favor"

Fonte: google

Hoje veremos como aprender a colocar em prática a linguagem do amor de nossos cônjuges e como tudo o que aprendemos até agora nos auxilia a propor mudanças.

Por vezes, alguém pergunta para o autor: “Mas e se a linguagem do amor de meu cônjuge for algo difícil, que não consigo fazer espontaneamente?” Chapman sempre responde: “E daí?” Aprender a falar outra linguagem pode não ser fácil, mas vale o esforço.  Às vezes, isso não é algo que nos ocorra espontaneamente, mas devemos perceber que é importante suprir as necessidades emocionais do nosso cônjuge.
Por exemplo, se a linguagem de seu cônjuge são as palavras de afirmação, e você não é uma pessoa que se expressa bem verbalmente, pegue um caderno e comece a escrever frases positivas sobre ele. Se não conseguir pensar em nada, preste atenção no que outras pessoas dizem e imite-as. Leia revistas e livros e anote as expressões de amor que achar interessantes. Leia estas frases em frente ao espelho e repita-as até se sentir à vontade. Quando estiver pronto escolha uma frase, aproxime-se de seu cônjuge e diga as palavras selecionadas. Você terá “quebrado a barreira do som”.
Dessa forma, aprendendo a falar a linguagem do amor de seu cônjuge, você atenderá as necessidades emocionais mais profundas dele e da maneira mais eficaz possível. E com o tempo, você poderá acrescentar uma pitada ou outro das demais linguagens para tornar a relação ainda mais interessante.

Mas, o que tudo isso tem a ver com a chave para fazer seu cônjuge mudar?

Todos temos necessidades emocionais básicas como, por exemplo, segurança, liberdade, valor, amor, entre outras. Quando estas necessidades não são supridas, ficamos emocionalmente frustrados. Quando nos encontramos neste estado quase nunca estamos abertos para as sugestões ou pedidos de nossos cônjuges. Em geral, interpretamos esse pedido como crítica. Explodimos, revidamos ou nos retraímos, mas dificilmente mudamos.
Por outro lado, quando nosso tanque de amor está cheio e nos sentimos verdadeiramente amados por nosso cônjuge, o mundo todo parece iluminado. É neste estado mental positivo que nos abrimos para mudanças, especialmente quando elas são sugeridas pela pessoa que está enchendo nosso tanque de amor. “Você terá criado um ambiente em que as mudanças são não apenas possíveis, mas prováveis” (p. 41).
O autor nos traz em seu livro alguns exemplos de casais que estavam prestes a se separar e que aceitaram o desafio de aprender a linguagem do amor predominante de seu cônjuge e colocá-los em prática. Dessa forma, viram, por exemplo, vinte anos de um terrível convívio se transformar em um intenso sentimento de amor um pelo outro.  Este casal que estava casado há 33 anos, mas que experimentava 20 anos de sofrimento um ao lado do outro, percebeu que os dois tinham uma necessidade profunda de ser amados e, no entanto, nenhum dos dois sabia como suprir a necessidade do outro.
Evidentemente que o processo de encher o tanque de amor de seu cônjuge é demorado, mas não tanto quanto você imagina. Você não estará pronto para pedir mudanças enquanto seu cônjuge não tiver passado algumas semanas com o tanque de amor cheio. Não é possível dizer exatamente quanto tempo será necessário, mas há um jogo que ajuda a saber se o cônjuge está pronto para o próximo passo.
Este jogo se chama “Ponteiro de Combustível”. Depois de passar um mês falando com frequência a linguagem do amor de seu cônjuge, pergunte-lhe: “Numa escala de 0 a 10, como está o nível de seu tanque?” Se a resposta for qualquer número diferente de 10, pergunte: “O que posso fazer para encher seu tanque?” Quando ele fizer sugestões, siga-as da melhor maneira possível. Faça este jogo uma vez por semana. Quando você começar a receber 8,9 ou 10 como resposta com frequência, saberá que está pronto para o próximo passo.

Como propor mudanças?
Talvez você tenha pensado que estaria até disposto a manipular seu cônjuge se isso o fizesse mudar de verdade. Entretanto, as mudanças resultantes de manipulação são sempre acompanhadas de ressentimento; e não é isso que a maioria dos casais quer para seu relacionamento.
A manipulação reduz o casamento a uma negociação de contrato: “Se você fizer isso, farei aquilo”. A manipulação é uma tentativa de controlar o outro: “Se você não fizer isso...”. Porém, a mudança que ocorre por meio de uma ameaça será externa e temporária. A verdadeira mudança vem de dentro, não de circunstâncias manipuladoras.
O método proposto pelo autor só funcionará se você tiver, DE FATO, tratado seus erros e estiver expressando a linguagem do amor predominante de seu cônjuge. Somente desta forma as mudanças serão possíveis.
1.    Faça uma lista das coisas que, ao seu ver, poderiam ser diferentes em seu cônjuge.
É importante ser específico; afirmações gerais não funcionam. Por exemplo: “Gostaria que ele conversasse mais” é muito geral e difícil de medir. Se o seu objetivo é aumentar a comunicação, escreva: “Quero pedir a meu cônjuge para passarmos vinte minutos todas as noites – de segunda a sexta – conversando um com o outro, falando sobre ideias e sentimentos relacionados aos acontecimentos do dia”. Outro exemplo seria o do marido que gostaria que sua esposa parasse de perturbá-lo. Esta solicitação é vaga. Ele poderia dizer: “Como você sabe, aceitei a responsabilidade de colocar o lixo para fora. Gostaria que não ficasse me lembrando desta tarefa. Talvez eu não realize de acordo com o seu cronograma, mas vou cumprir minha responsabilidade. Sua insistência me faz sentir como se eu fosse uma criança; e você, minha mãe. Não gosto disso e não creio que seja saudável para nosso casamento”. O autor ainda lembra que a esposa poderia dizer que se ela não disser nada, a lixeira vai transbordar. Entretanto, ele responde que se você deseja estar casada com uma criança, continue a insistir com seu marido sobre o lixo; mas se deseja estar casada com um adulto, trate-o como adulto. Ele não vai agir como adulto se você o continuar lembrando de suas responsabilidades. Levar o lixo para fora seria ainda pior. Seria um insulto. Passe um spray desodorizante ao redor da lixeira, mas não toque nela. Você vai se surpreender com o resultado.
2.    Escolha o momento: é extremamente importante escolher o lugar e a hora e ser sensível ao estado emocional de seu cônjuge. A melhor hora é depois de uma refeição, e nunca antes. Quando estamos com fome, ficamos irritáveis e, portanto, temos dificuldade de aceitar sugestões. O pedido sempre deve ser feito em PARTICULAR. Nunca peça nada na frente de outras pessoas. Ao pedir em público se cria uma situação humilhante, mesmo que disfarce seu pedido com bom humor. Lembre-se: comentários humilhantes só geram ressentimento e vingança. Se você deseja ser atendido, peça em particular.
Sobre o estado emocional de seu cônjuge, é importante se perguntar se ele está emocionalmente preparado para receber uma sugestão naquele momento, naquela noite. Por vezes, temos aqueles dias em que as pessoas com quem falamos reclamaram de alguma coisa e, então a última coisa que queremos é chegar e casa e ouvir o marido/esposa pedir para mudarmos em alguma área. A melhor maneira de descobrir é perguntar: “Querido, esse é um bom momento para lhe pedir algo?” A resposta pode ser não, mas provavelmente depois o cônjuge desejará saber o que era. Quando ele vier perguntar, diga que não é necessário falar sobre aquilo naquele momento e peça que ele lhe avise quando estiver disposto a conversar. Se ele disser que aquele é um bom momento, você o ajudou a se preparar emocionalmente. E então, prossiga.
3.    Não exagere nas críticas: quando o casal não tem um sistema para pedir mudanças, geralmente acumulam uma porção de queixas, esperam até a pressão se tornar intensa demais e provocar uma erupção de críticas destrutivas. Essa overdose de críticas nunca tem um resultado positivo e, hostilidade gera hostilidade. Palavras provocadoras e condenatórias provavelmente farão seu cônjuge revidar. O resultado será cada cônjuge no seu canto, magoados e defensivos.
Tendo em vista que ninguém tem estrutura emocional para lidar com uma overdose de críticas, o autor nos sugere nunca fazer mais de um pedido por semana. No total serão 52 pedidos por anos, o que é um número mais do que suficiente. Algumas pessoas são frágeis demais até mesmo para lidar com um pedido por semana. Desta forma, aumente o espaço de tempo entre um pedido e outro.
Outra sugestão bastante interessante é a de alternar com seu cônjuge as semanas para fazer pedidos. Numa semana você pode fazer uma sugestão, na semana seguinte é a vez de seu cônjuge. Em sua semana de folga, você pode pedir ao seu cônjuge que sugira um aspecto que ele gostaria que você mudasse, que lhe ajudaria a se tornar um marido ou esposa melhor.
Lembre-se que limitar o número de pedidos aumenta a probabilidade de mudanças. Faça uma lista de mudanças, mas peça apenas uma vez por semana, ou então, de acordo com a estrutura emocional de seu cônjuge.
4.    Elogie antes de pedir: o autor sugere uma proporção de três para um. “Diga-me três coisas que você gosta em mim e um aspecto em que você gostaria de ver mudança” (p. 55). Por exemplo: “Em primeiro lugar, fico feliz por você guardar suas roupas. Ouvi outras esposas comentando como o marido deixar a roupa espalhada pela casa e elas precisam ir atrás juntando tudo como se ele fosse uma criança. Você sempre guardou suas roupas. Vai ver que sua mãe o ensinou a fazer isso. De qualquer modo, isso me deixa satisfeita. Em segundo lugar, gostaria de agradecer por você ter lavado o para-brisa de meu carro ontem. É muito bom quando você faz isso. E, em terceiro lugar, saiba que gosto muito quando você passa aspirador na casa às quintas-feiras. Você não sabe como isso me ajuda. Um...dois...três...Preparado? Fico doida com aqueles fios de cabelo no ralo”. Este é um exemplo de como a mulher do autor lhe pediu uma mudança.
O autor ainda afirma que se você colocar em prática este plano de pedir mudanças é possível que daqui a 4 ou 5 meses você e seu cônjuge deixem para o outro a possibilidade de pedir mudanças porque você mesmo não terá nada a pedir. Não é uma maravilha?! Talvez vocês passem semanas sem fazer um pedido. Mas, é importante continuar a permitir ao outro a oportunidade de lhe pedir algo.
5.    Quando você fizer um pedido e seu cônjuge se esforçar e lhe atender, não esqueça de notar e elogiar essa iniciativa.

Mas, o que fazer quanto àquilo que o cônjuge não muda?

É preciso dizer que há certas coisas em que seu cônjuge não pode ou não quer mudar. O autor nos dá um exemplo de seu próprio casamento. Sua esposa, Karolyn, abre gavetas e portas, mas não as fecha. O autor, em diversos momentos pediu, por exemplo, que ela fechasse as portas do armário da cozinha, porque, se ele não tomasse cuidado, batia a cabeça numa delas. E depois de fazer o pedido, esperava por um algum tempo a mudança. Pensando que ela talvez não tivesse ouvido o que ele havia dito, ele lhe ensinou como funcionava uma gaveta, mas nem assim Karolyn passou a fechar as gavetas e portas. Até que um dia, ao chegar em casa, viu sua filha de 18 meses com pontos perto do canto de um dos olhos. O que havia acontecido? Sua filha havia caído e se cortado no canto de uma gaveta aberta. Neste momento, Chapman achou que o problema estaria resolvido, que sua esposa passaria a fechar gavetas e portas. Mas para sua surpresa, as gavetas e portas continuaram abertas. Ele pensou então em diversas possibilidades para àquela situação que estava vivendo: (1) separação, (2) talvez ele ficasse infeliz para o resto de sua vida ou então, (3) ele poderia aceitar isso como algo que nunca vai mudar e, dali para frente, ele mesmo poderia fechar as gavetas. O autor percebeu que ele gastaria em torno de sete segundos para fechar todas as portas e gavetas cada dia. E concluiu que ele poderia tomar para si aquela responsabilidade. Ao falar sobre seus planos a sua mulher, ela respondeu apenas: “Tudo bem”. Para ela não era nada de extraordinário, mas para ele, era um ponto crítico. Desde então, as gavetas abertas não mais o incomodam.

É preciso estar consciente de que, em certas coisas, seu cônjuge não pode ou não quer mudar. Quer seja porque não pode, ou porque não quer, seu cônjuge não atenderá a todos os seus pedidos.
Como lidar então com estes aspectos? O autor nos diz que a resposta está no amor. O amor aceita essas imperfeições. Seria bobagem o autor continuar a reclamar todos os dias das gavetas abertas. Em vez disso, ele escolheu agradecer a Deus por todos os aspectos em que sua mulher mudou para melhor e ele então aceito aquilo que ela não pode ou não quer mudar.


Pessoal, terminamos assim o trabalho com o livro “Como mudar o que mais irrita no casamento” do autor Gary Chapman.
Aqui no blog eu procurei trazer com detalhes as ideias do autor e os exemplos por ele dados.
Gostaria de pedir a vocês críticas, sugestões, comentários sobre este trabalho que fizemos. Vocês acham interessante? Gostariam de mais trabalhos como este?
Agora eu retomarei o blog com assuntos diversos, mas se vocês tiverem interesse neste estilo de post eu poderia fazê-lo vez ou outra.

Não esqueçam de comentar.

sábado, 2 de julho de 2011

Descobrindo as linguagens do amor!


No segundo capítulo do livro “Como mudar o que mais irrita no casamento” o autor fala sobre o poder do amor.
É bem provável que a sua vontade de mudar o cônjuge esteja relacionada a um desejo de suprir alguma necessidade em sua vida. Grande parte de nossos comportamentos é motivada pela busca de suprir as próprias necessidades.
De acordo com o exemplo que o autor nos dá no primeiro capítulo, sobre o marido que o procura em seu consultório, é possível fazer a seguinte análise: “Robert desejava que Sheila fosse mais organizada para ela não precisar perder tanto tempo procurando as coisas, mas admitiu que se sentia também motivado a não ter de perder seu tempo ajudando-a”. Por outro lado, “Sheila desejava receber palavras de afirmação de Robert para fortalecer sua autoestima” (p. 27).
É natural e saudável preocupar-se com o próprio bem-estar. Temos a responsabilidade de encontrar maneiras de nos prover tanto física quanto emocionalmente. Mas, ao mesmo tempo, fomos criados para nos relacionar. Aqueles que vivem isolados em sua concha nunca desenvolvem plenamente seu potencial na sociedade. Os relacionamentos nos chamam a sair da concha. Entretanto, não teremos bons relacionamentos se buscarmos suprir apenas as nossas necessidades.
Os relacionamentos bem-sucedidos demandam interesse no bem-estar do outro. É necessário se esforçar para suprir a necessidade do outro, assim como nos esforçamos para suprir as nossas. “A palavra usada para descrever essa atitude centrada no outro é o amor” (p. 28). Sem amor a sociedade não teria como continuar. Onde há amor, as mudanças são inevitáveis. Sem amor, as mudanças positivas são muito raras. Pense na fase em que você e seu cônjuge estavam apaixonados. Vocês estavam dispostos a fazer qualquer coisa por amor. Porque esta abertura tão grande para mudanças? Talvez porque sua necessidade emocional de ser amado estava sendo plenamente suprida. “O amor gera amor”
Porém, com o passar do tempo, a obsessão emocional mútua deu lugar à natureza egocêntrica de cada um. Por ironia, essa mudança de foco resulta em insatisfação de ambas as partes. A vida egocêntrica é caracterizada por decepção e mágoa, que produzem raiva, ressentimento e amargura. É esta a situação de milhares de casais.
“Para mudar este quadro, é preciso voltar ao amor – não ao estado eufórico dos apaixonados, mas à escolha consciente de buscar os interesses do outro” (p. 29). Uma maneira de começar a se voltar para o amor novamente é fazer as seguintes perguntas: Em que posso ajudar você? O que posso fazer para facilitar sua vida? Como posso tornar-me um marido/esposa melhor? Essas perguntas, segundo o autor, te permitem descobrir como deve expressar seu amor pelo cônjuge e permite que o casamento renasça.
Em seu livro sobre as cinco linguagens do amor, o autor auxilia os casais a criar um ambiente emocional positivo no casamento. Das cinco linguagens, todos têm uma linguagem predominante. Um estilo de comunicação que toca mais fundo em nossas emoções do que os demais. Em menor ou maior grau, gostamos de todos eles, mas geralmente temos preferência por um; e esta é a linguagem que nos faz sentir verdadeiramente amados.
O importante é descobrir qual a linguagem do amor predominante em seu cônjuge e usá-la em doses maciças, com uma pitada das outras quatro linguagens.
1.    Primeira linguagem do amor: palavras de afirmação
Algumas pessoas se sentem amadas quando ouvem palavras de afirmação. Focalizar aspectos positivos e apreciação pelas qualidades do cônjuge são atitudes que costumam motivá-lo a aprimorar seu comportamento. Se é esta a linguagem do amor predominante, não perca nenhuma oportunidade de oferecer algumas palavras simples de encorajamento. Por exemplo: você fica bem neste vestido, obrigada por levar o lixo para fora, quero que saiba o quão importante você é para mim, entre outras.
As palavras de afirmação podem focalizar características de personalidade (gosto demais de sua espontaneidade, com você minha vida é mais interessante, ou então, é incrível seu jeito de lidar com problemas, você facilita muito minha vida com as soluções que encontra) e também características físicas (seu cabelo está lindo, adoro a cor dos seus olhos).
As palavras de amor vivificam; as palavras de condenação matam. Muitas vezes os casais se encontram imersos em palavras de condenação e julgamento. Mas isso pode mudar quando um dos cônjuges rompe o círculo vicioso de negatividade e começa a usar palavras de amor.
2.    Segunda linguagem do amor: presentes
Em todas as culturas até hoje estudadas, presentear é considerado uma expressão de amor. Os presentes são provas físicas e visíveis de consideração e carinho. E para isso não precisa ser caro; o que vale é a intenção. Um exemplo disso são os inúmeros presentes que os pais recebem de seus filhos sem que isso lhes custe um centavo. Por exemplo, fazem tortas de morango imaginárias e os convidam a comer um pedaço.
Qualquer pessoa pode aprender a presentear. Basta se lembrar que dar e receber presente é uma linguagem do amor e, então, tomar a decisão de usar esta linguagem com seu cônjuge. O importante é a consideração que o presente demonstra. Preste atenção nos comentários do seu cônjuge e anote o que ele deseja ganhar. Surpreenda-o algumas semanas depois com o presente desejado. Junte pedaços de papel colorido, faça um cartão para o seu cônjuge e entregue num dia qualquer.
3.    Terceira linguagem do amor: atos de serviço
“Um gesto vale mais que mil palavras”. Fazer algo por seu cônjuge é uma expressão profunda de amor. Claro que estes gestos exigem tempo, esforço, energia, e, por vezes, habilidades, mas se essa é a linguagem do amor predominante de seu cônjuge, ao fazer algo que ele aprecie, estará comunicando claramente o seu amor.
Temos a tendência a criar hábitos quando se trata das responsabilidades de casa; ele cozinha, ela lava a louça; ela cuida das roupas, ele corta a grama, e assim por diante. Tal rotina não é necessariamente negativa. “Em geral, fazemos as coisas para as quais nos sentimos mais capacitados e, se as fazemos com uma atitude positiva, visando ao bem mútuo, estamos falando a linguagem do amor”.
Se as tarefas e responsabilidades em sua casa já estão organizadas, você pode acentuar a expressão de amor por seu cônjuge fazendo algo de fora de sua lista. “Lembre-se, porém, de que seu cônjuge talvez não entenda ou não aprecie inteiramente seu esforço (...)”, muitas vezes por achar que se trata de uma crítica à maneira como está realizando a tarefa e não como uma forma de ajudá-lo. Esteja preparado para reações iniciais de pouco entusiasmo. Talvez leve algum tempo para entender que você está sendo sincero.
4.    Quarta linguagem do amor: tempo de qualidade
“Dedicar tempo de qualidade ao cônjuge não é apenas estar no mesmo cômodo ou na mesma casa que ele. É prestar atenção total ao marido ou à esposa” (p. 34).
O autor nos chama a atenção para o fato de que os namorados quando saem para jantar, olham um para o outro e conversam; já os casados, comem em silêncio. Para os namorados, o jantar é tempo de qualidade; para os casados, é uma forma de suprir uma necessidade física. Mas, por que não transformar este momento em expressão de amor? Comece falando dos acontecimentos do dia; converse sobre aquilo que está preocupando o seu cônjuge, sobre planos para o futuro. Ao perceber que estamos interessados em suas idéias e em seus sentimentos, o cônjuge não apenas falará com maior liberdade, mas também se sentirá amado.
O autor dá-nos uma sugestão: da próxima vez que seu cônjuge entrar na sala enquanto você assiste a televisão, desligue o som do aparelho. Dirija-lhe toda sua atenção e, se ele/ela começar a falar, desligue a televisão e conversem. Se ele/ela sair sem dizer nada, você pode voltar a assistir seu programa.
O simples ato de se colocar a disposição do outro é dedicar-lhe tempo. O tempo de qualidade é uma linguagem do amor poderosa.
5.    Quinta linguagem do amor: toque físico
De acordo com várias pesquisas, bebês tocados com afeto são emocionalmente mais saudáveis do que os bebês privados desse toque. O mesmo se aplica aos adultos. O toque físico é uma das linguagens fundamentais do amor. Por exemplo, segurar a mão do outro enquanto você agradece por uma refeição, colocar a mão no ombro do cônjuge enquanto vocês assistem a televisão, abraçarem-se quando se encontram, ter relações sexuais, beijar – qualquer toque, desde que seja afetuoso, é uma expressão profunda de amor.
O autor recorda o relato de duas pessoas. Uma delas relatou que a coisa mais importante que o marido lhe faz é beijá-la no rosto todos os dias quando volta do trabalho. “Quando ele me dá um beijo antes de assistir a televisão ou abrir a geladeira, tudo parece melhorar” (p.36). O outro relato é de um marido que afirmava nunca sair de casa sem receber um abraço de sua esposa. A iniciativa era sempre dela. “Alguns dias, esses abraços são a única coisa boa que acontece, mas são o suficiente para me dar ânimo” (p. 36).

Para saber qual é a sua linguagem predominante, pergunte-se qual é a sua queixa mais freqüente quanto ao cônjuge. Por exemplo, se você diz ao seu cônjuge “Você nunca faz um carinho, eu sempre tenho de tomar a iniciativa”, está mostrando que sua linguagem do amor é o toque físico. Se você não tem motivos para se queixar, isso significa que seu cônjuge está falando sua linguagem do amor, mesmo que você não saiba qual é.
Como descobrir a linguagem do amor predominante do cônjuge? Preste atenção nas queixas dele. Quando nosso cônjuge reclama de alguma coisa, costumamos assumir uma atitude defensiva. No entanto, o seu marido/mulher está lhe fornecendo uma informação valiosa sobre a linguagem do amor predominante dele. Ouça as queixas de seu cônjuge e perceberá o que o faz sentir-se amado.
“A chave para criar um ambiente emocional positivo no casamento é aprender a falar a linguagem do amor predominante um do outro e usá-la regularmente.

No próximo post trabalharemos como colocar em prática a linguagem do amor do cônjuge quando se trata de algo difícil para mim e como tudo isso tem relação com a chave para fazer o cônjuge mudar.

sábado, 25 de junho de 2011

A liberdade de escolha!

Continuando o nosso trabalho sobre o livro "Como mudar o que mais irrita no casamento", depois de reunir as informações sobre os nossos comportamentos que se mostram disfuncionais é importante refletir sobre estas informações.

Segundo passo: Reflita sobre as informações que você juntou
 Você terá em mãos informações valiosas sobre como se relaciona com seu cônjuge. Chegou então, a hora de lidar com tais informações: EVITE criar racionalizações defensivas para os comentários recebidos. Aceite a possibilidade de que essas perspectivas refletem alguma verdade. Relacione o que você acha que deve mudar ao tratar seu cônjuge.
Uma boa sugestão é que você personalize cada frase, começando com o pronome “eu”, de modo a indicar com honestidade a consciência das falhas em seu comportamento. Inclua declarações sobre coisas que você deveria fazer, mas não faz, e coisas que você faz, mas não deveria. Por exemplo: “(...) além da declaração sobre ficar irritado com facilidade e magoar seu cônjuge, talvez você possa dizer: “Não uso palavras positivas e encorajadoras com meu cônjuge com tanta freqüência quanto deveria” (p. 19).
Seja o mais honesto possível consigo e procure não se justificar ou desculpar seu comportamento com base no comportamento de seu cônjuge. Será apenas uma maneira de racionalizar.
“Você só conseguirá remover a viga do olho quando parar de encontrar desculpas para seus erros”.

Terceiro passo: Confesse
“Confessar os erros nos liberta da escravidão das falhas do passado e nos abre os olhos para a possibilidade de comportamentos diferentes o futuro” (p. 19). O autor nos sugere começar confessando nossos erros a Deus.
Confessar significa, literalmente, “concordar com”. Quando confessamos, concordamos que agimos ou nos expressamos erroneamente. A confissão é o oposto da racionalização. Na confissão reconhecemos abertamente que nosso comportamento é indesculpável.
Mas o autor sinaliza que a confissão de nossas faltas não pode ficar apenas no reconhecimento diante de Deus. Também é importante confessar à pessoa envolvida; neste caso o cônjuge.
A maioria dos cônjuges se mostrará disposta a perdoar quando ouvir uma confissão sincera. Caso tenha ocorrido uma violação grave de seus votos matrimoniais, talvez leve tempo para restaurar a confiança. “No entanto, o processo de restauração começa com um ato genuíno de confissão”(p.22). Se você perceber que outras pessoas, como seus pais e os familiares de seu cônjuge, estão cientes das tuas faltas no casamento, pode ser bom confessar-se também à eles. Lembrando que estas confissões são extremamente valiosas no processo de restauração da confiança e do respeito.

Algumas perguntas comuns feitas ao autor:
- “Eu entendo o princípio. Sei que preciso tirar a viga de meu próprio olho, mas você não conhece minha situação. E se o problema estiver, de fato, com meu cônjuge?
- Suponhamos que 95% do problema esteja com ele, restando apenas 5% da imperfeição de sua parte. Estou sugerindo que, se você deseja melhorar seu casamento e se quer ver mudanças em seu marido, então precisa começar com seus 5%. Logo de início, seu casamento vai melhorar 5%, você se verá livre da culpa de erros do passado e emocionalmente preparada para ser uma influência positiva para o seu marido”.
- “Se eu confessar meus erros a Deus e à minha esposa,  será que alguns dias depois ela fará o mesmo?
- Não sei. Mas seria ótimo, não?” (p.23)                         

Não é possível garantir a você que o seu cônjuge lhe perdoará de qualquer falta naquele exato momento. Mas é possível lhes garantir que ao confessar seus erros no casamento você terá removido a primeira barreira para o crescimento conjugal.
A confissão cria um ambiente propício para mudanças positivas.
A confissão o fará sentir-se melhor consigo, e seu cônjuge começará a vê-lo com mais respeito e dignidade, pois você foi forte o suficiente para lidar com seus erros.

Este trecho do livro me lembrou os conceitos de liberdade e responsabilidade que o existencialista humanista Viktor Frankl propõe em sua teoria – a logoterapia.
Para ele, o homem é um ser livre e capaz de fazer escolhas conscientes diante das mais diversas situações que ocorrem no seu dia-a-dia. Desta forma, não é um ser determinado ou condicionado. “É na liberdade que se expressa o que há de mais humano no homem” (Trugilho e Pinel).  Para Frankl o homem é LIVRE para tomar posições e escolher seu destino diante de qualquer situação. Em suas palavras:

“O homem não é subjugado pelas condições diante das quais se encontra. Ao contrário, são elas que estão submetidas às suas decisões. De maneira consciente ou sem se aperceber, ele decide se enfrentará ou se cederá a ela, se vai deixar-se ou não condicionar-se inteiramente por ela” (Frankl, 1989, p. 43).

Sendo livre e tendo capacidade para se decidir, escolher e se posicionar, o homem em alguns momentos pode se deparar com situações que não pode mudar, mas aí então, muda a si próprio.
De acordo com Trugilho e Pinel,

 “Sua forma de conceber a liberdade está vinculada ao sentido de responsabilidade do homem, pois, para ele, liberdade é sempre acompanhada de responsabilidade. O homem é livre para escolher assumir (ou não) uma atitude ao vivenciar cada situação de sua vida e é também RESPONSÁVEL pela atitude assumida (ou não assumida). A escolha é sempre livre, porém implica em responsabilidade”.

Entretanto, nem sempre o homem escolhe assumir uma atitude de enfrentamento da situação, adotando uma postura omissa ante a mesma. Sobre isto, Pinel (2000, p. 249), fundamentado em Frankl, afirma que ainda assim ele fez sua opção, o que não deixa de ser uma escolha livre e consciente, que guarda em si sua parcela de responsabilidade para com a vida.

Acrescento ainda que somos chamados em cada situação a fazer uma escolha. Somos chamados a responder a cada situação que se nos apresenta. Dessa forma, digo aos casais e, na realidade, a qualquer pessoa que hoje passa por dificuldades, que este é o momento para fazer escolhas, para se posicionar diante do que se apresenta.
Não devemos, como disse o autor, colocar a culpa pelos nossos erros e comportamentos nas outras pessoas. Devemos tomar para nós a responsabilidade por cada ato que cometemos. Foi nossa a escolha.
Este é o momento para se decidir entre ficar estacionado naquilo que nos aprisiona hoje, naquilo que é dificuldade hoje, ou então escolher a mudança, o movimento.
E então, qual será a sua escolha hoje?!