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É só o marido dizer à esposa “A
minha mãe sempre deixava uma flor na sala para enfeitar nossa casa”, que a
resposta da esposa vem na hora: “Na minha casa meu pai não deixava as roupas e
calçados jogados pelo chão”. Ou alguém
escutou dos pais do cônjuge que a “louça do almoço não deveria permanecer tanto
tempo na pia”. A lista de exemplos com queixas ao cônjuge com base no modelo
que recebemos de nossos pais seria enorme, mas vou encerrar por aqui.
É sabido que a família passa
por diversas etapas durante o seu ciclo de vida e a transição para o casamento,
– uma de suas etapas, - é um marco importante.
Este é o momento em que o casal
precisa se diferenciar da família de origem de ambos, para constituir sua
própria família. Esta fase de vida merece especial atenção porque é neste
momento que ocorre a negociação das diferenças, a constituição de regras que
farão parte deste novo lar.
Quando se casam, homem e mulher
trazem consigo uma bagagem, e não digo só de pertences pessoais, mas também uma
bagagem de vida formada por experiências vivenciadas, valores construídos por
si mesmos e aqueles que receberam de sua família de origem, influências do seu
contexto de vida, entre outros.
É preciso estabelecer uma
fronteira para que as famílias de origem e os amigos não interfiram no
relacionamento conjugal. Isso porque, o novo casal precisa construir, juntos,
um conjunto próprio de regras e valores. Precisam criar um novo estilo de vida,
em alguns aspectos diferentes e em outros semelhantes aos que receberam em seu
núcleo familiar.
Quando esta separação (da
família e amigos) não é realizada e a influência de terceiros é constante
corre-se o risco de, no lugar de se fortalecerem, deixarem o relacionamento
conjugal vulnerável. Isso porque, quando ocorre alguma dificuldade, um ou ambos
os membros recorrem a família de origem. Neste movimento, buscam alianças com
os pais, irmãos ou até mesmo amigos ao invés de se voltar para o cônjuge e
buscar uma solução para a diferença ou problema surgido. Isso dificulta a
constituição da nova família.
A realização de terapia pode
auxiliar grandemente no entendimento de como o casal lida com a situação
apresentada e com a família de origem, como administra a individualidade e a
conjugalidade. A terapia auxilia também na compreensão da relação como um todo
e da dinâmica do casal. Não somente do que está disfuncional, mas também que
recursos o casal possui para solucionar os problemas.
Mariana Godoy Casotti é psicóloga, formada pela Universidade
Federal do Paraná. Cursando especialização em Terapia Individual e Familiar
Sistêmica. Atendimentos na clínica localizada à Rua Ipiranga, 42, sala 01. Para
agendamento de horários, fone (44) 3019-6178 - Cianorte, Paraná
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