quarta-feira, 22 de junho de 2011

Simplesmente esperar não funciona!

Hoje eu gostaria de começar a trabalhar aqui no blog um livro muito interessante que estou lendo. O livro é do autor Gary Chapman e se chama “Como mudar o que mais irrita no casamento”.
O autor inicia dizendo que todo homem e mulher sonham com uma esposa ou marido que atendeu às suas solicitações de mudanças. Entretanto, o autor alerta que estes tipos de devaneios “alimentados em segredo sobre o cônjuge perfeito tornam-se barreiras para a intimidade no mundo real” (p.5).  Por outro lado, existem aqueles que não se acanham em exigir de seus cônjuges as mudanças que julgam necessárias, escolhendo quase sempre os momentos de raiva para verbalizá-los.
Os casais nutrem a crença de que “se ao menos o marido ou a esposa mudasse, a vida seria tão diferente!” (p.06). E o autor problematiza: “Qual é o problema? Como é possível o desejo de ver mudanças no cônjuge ser tão universal e, ao mesmo tempo, a realidade dessas mudanças ser tão rara? Creio que a resposta pode ser encontrada em três fatores: (1) começamos da maneira errada; (2) não entendemos o poder do amor e (3) não sabemos comunicar de forma eficaz o desejo de ver mudanças no cônjuge” (p.06).

Trabalharemos neste post a primeira etapa do primeiro fator apontado por Chapman, ou seja, o fato de começarmos da maneira errada.
O autor inicia o capítulo contando a chegada de um marido ao seu consultório. O marido reclama que a mulher é desorganizada e que com isso dificulta sua vida, pois ele precisa então ajudá-la a encontrar seus pertences.  A mulher gasta muito dinheiro, não consegue seguir as dicas de um consultor financeiro e tem feito com que eles adquiram dívidas. E, por último, que ela não se interessa por sexo.  A sua mulher não quis acompanhá-lo para a sessão.
O marido procura o doutor Gary na tentativa de fazê-lo conversar com sua mulher e convencê-la a mudar. Entretanto, o autor nos sinaliza que provavelmente se conversasse com ela, a mulher lhe contaria seus problemas com o esposo e lhe diria que ao invés de ser compreensivo, o marido é exigente e ríspido. “Talvez dissesse: “Se Robert fosse um pouco mais gentil e romântico, eu me interessaria por sexo”. E comentaria: “Pelo menos uma vez na vida, gostaria de ouvir um elogio sobre uma compra que fiz, e não mais palavras de reprovação por gastar tanto”. Em resumo, sua perspectiva seria: “Se Robert mudasse, eu também mudaria” (p. 10 e 11).
Estão começando da maneira errada.

Sabedoria Antiga
Os princípios de relacionamentos verdadeiramente eficazes podem ser encontrados na antiguidade e resgatados do esquecimento. Para falar sobre o princípio de começar da maneira correta, o autor relembra uma lição de Jesus (Mateus 7:3-5) conhecida como Sermão do Monte e faz uma paráfrase: “Marido, por que você repara no cisco que está no olho de sua esposa, mas não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Ou, esposa, como você pode dizer ao marido: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, então você verá claramente para remover o cisco do olho do seu marido” (p. 11). O princípio é claro; é preciso começar com a viga existente em seu próprio olho. Jesus não diz: “Não há nada de errado com seu cônjuge. Pare de pegar no pé dele”. Ele sugere a existência de um problema com o outro quando diz que é preciso retirar a viga de seu próprio olho para então ver mais claramente e remover o cisco do olho do cônjuge.
Quando vêem um cisco no olho do cônjuge oferecem uma sugestão para removê-lo, quando não funciona, pedem abertamente uma mudança. Quando encontram resistência exigem a mudança em tom de ameaça e por fim partem para a intimidação e manipulação. “Mesmo quando conseguem algum resultado, ele ocorre à custa de um ressentimento profundo da parte do cônjuge. Não é esse tipo de mudança que a maioria das pessoas quer” (p. 12).
Concentrar-se nos defeitos do outro antes de olhar para suas próprias fraquezas é começar da maneira errada.

Como remover a viga de seu olho
“A maioria de nós não foi ensinada a pensar que a primeira coisa a fazer é tratar de nossos erros. É mais fácil dizer: ‘Se meu cônjuge não fosse assim, eu não seria como sou’ (...) ‘se meu cônjuge mudasse, eu mudaria’. Casamentos são construídos com base nessa idéia” (p.13). No entanto, quando os casais adotam este tipo de abordagem – esperar que o cônjuge mude – muitos deles chegam a um estado de desespero emocional tão grande que acabam por optar pelo divórcio. Sendo honestos conosco, teremos que admitir que simplesmente esperar não funciona.
As mudanças que decorrem da manipulação criam ressentimentos; e depois da mudança o casamento fica pior do que antes. Entretanto, existe uma outra abordagem. Mas o autor avisa que não será fácil aprender a lidar primeiro com os próprios erros.
O autor sugere três passos para retirar a viga do próprio olho e hoje trabalharemos o primeiro deles.

Primeiro passo: peça ajuda externa: estamos tão acostumados com o nosso modo de pensar e agir que não somos capazes de reconhecer quando ele é disfuncional ou negativo. Algumas formas de identificar a viga em seu olho:
(1)    Converse com Deus: O autor sugere que se faça uma oração pedindo o conselho de Deus. A oração poderia ser: “Deus, o que há de errado comigo? Onde tenho falhado com meu cônjuge? Que palavras ou atitudes têm sido nocivas? Em que tenho me omitido? Por favor, mostre-me minhas fraquezas” (p. 15). Existe ainda uma oração dos Salmos, escrita por Davi, “Sonda-me ó Deus, e conhece meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno” (Salmos 139:23-24).
O autor sugere que se dedique quinze minutos para pedir a Deus que mostre suas fraquezas no casamento e, em seguida, faça uma lista daquilo que lhe vier à mente.
(2)    Converse com seus amigos: peça aos seus amigos íntimos que lhe dêem sua opinião franca sobre as suas atitudes e comportamentos principalmente com relação ao cônjuge. Diga-lhes que continuarão sendo amigos mesmo depois deles dizerem a verdade, aliás, é por serem amigos que você pode confiar no que eles lhe dirão. Não discuta com seus amigos, apenas tome nota das observações que eles fizerem. Muitas vezes será difícil ouvir a verdade, mas se você não ouvir, nunca tomará as providências necessárias para mudar e nunca realizará seu objetivo de ter um casamento melhor.
(3)    Converse com seus pais e com a família de seu cônjuge: se você for corajoso e tiver um relacionamento próximo com seus pais, sogros e cunhados pode pedir a opinião deles também. Lembre-se de não responder aos comentários.
(4)    Converse com seu cônjuge: você pode pedir também algumas informações para o seu cônjuge. Você pode dizer: “Querido(a), desejo muito melhorar nosso relacionamento. Sei que tenho várias deficiências, mas desejo trabalhar naquilo que é importante para você. Assim, ficaria agradecido(a) se você fizesse uma lista das atitudes ou palavras que o(a) têm incomodado ou das áreas em que tenho sido omisso(a). Quero tratar dessas deficiências e tentar agir de forma diferente no futuro” (p. 18). Não discuta e nem responda aos comentários.

Para entrar em ação então o autor sugere três exercícios:
1.    1.    No passado, como você lidou com suas falhas no casamento?
(    ) Culpei meu cônjuge
(    ) Neguei-as
(    ) Reconheci-as mas me recusei a mudar
(    ) Disse: “Vou mudar quando você mudar”
(    ) Confessei meus erros e pedi perdão
(    ) Outro

2.  2.   Se você desejar, diga a Deus: “Sei que não sou perfeito, mas em quais pontos tenho falhado em meu casamento?”. Faça uma lista do que lhe vier à mente.

3.   3.      Se você estiver disposto a procurar ajuda externa, anote a data em que pediu a opinião de:
_________ Deus
_________ Amigos íntimos
_________ Pais
_________ Família do cônjuge
_________ Cônjuge

E então, preparados para esta tarefa?

3 comentários:

  1. É realmente interessante esta área. Tenho aprendido a importância do diálogo, sempre e principalmente em cada momento de desentendimento. Escutar do outro aquilo que poderíamos fazer diferente não é fácil, decidir mudar por amor ao outro, para fazê-lo feliz, é a sempre uma motivação...normalmente estamos muito apegados à viga que está nos nossos olhos e por mais que consigamos enxergar os nossos erros, a decisão de abandonar um costume, sentimento, atitudes que se repetem por motivos culturais,, psicológicos, é muito difícil. A minha grande motivação é fazer por amor. Quero ver a pessoa do meu lado feliz...feliz livre, feliz no casamento, feliz comigo. E nessa liberdade o outro também se sente livre em fazer por amor aquilo que te agrada...

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  2. Mariana: Muito Importante este seu Blog. os assuntos direcionados à Familia com as suas nuances e os seus Aprendizados. Continue levando a inquietação, e, alternativas que faça a todos nós Crescermos como pessoas.
    tudo isto recheado com a sua Participação, análise e comentários...tá muito bom!
    PARABÉNS!

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  3. Anônimo,

    Concordo com você. As mudanças são difíceis. Nos tiram do nosso conforto, daquilo a que estamos acostumados. Mas quando fazemos a mudança por acreditar nela, livres na nossa escolha, nos sentimos muito realizados.
    Nem sempre tomar esta decisão é fácil. Mas temos que enfrentar aquilo que nos chega de forma responsável e vendo um sentido naquilo.

    Espero que passe pelo blog mais vezes e que venha sempre a contribuir com as nossas discussões.

    Mariana

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